A análise histórica evidencia
que as ações de inclusão social dos deficientes em nossa Cidade se
desenvolveram de forma semelhante ao restante do País, iniciando-se pelo
trabalho de entidades filantrópicas como a ADAI que, desde 1988, persistiu
corajosamente em sua parceira com a Escola Estadual Governador Archer,
deflagrando o processo de inclusão escolar do alunado com necessidades
especiais em
Imperatriz. Apesar de inicialmente restrita a essa unidade
escolar, pertencente à rede estadual de ensino, a experiência obteve êxito,
consolidou-se e foi ampliada, tornando-se referência em todo o Estado.
O inventário das leis
municipais destinadas a regular a educação especial em Imperatriz mostrou que
embora Lei Orgânica deste Município, promulgada em 1990, previsse o atendimento
aos estudantes especiais, tais diretrizes somente passaram a ser regulamentadas
pelo Poder Legislativo Municipal a partir de 1999, com a Lei 901/1999, que
criou o Sistema Municipal de Ensino.
A esta, seguiram-se outras
leis destinadas à inclusão social das pessoas com necessidades especiais, mas
todas de caráter geral, sem abordagem específica sobre a educação especial e
inclusiva.
As ações voltadas ao
atendimento dos alunos com necessidades educacionais no Município de
Imperatriz, somente começaram a se consolidar, de forma organizada, a partir do
ano de 2002, com a elaboração do Plano Decenal de Educação de Imperatriz, a
partir do qual, o Município passou a promover ações efetivas nesse setor,
cabendo recordar, dentre outros, a valorização e incentivo à docência em
educação especial, regulamentada pelas Leis 1006/2003, 1227/2007 e 1273/2008; a
criação de um programa de adaptação arquitetônica das escolas municipais por
meio da Lei 1145/2005, a fim de proporcionar acessibilidades aos alunos
especiais; a criação de um Departamento na Secretaria de Educação Municipal
direcionado exclusivamente para a educação especial e inclusiva; a criação de
órgãos como a Casa dos Especiais, destinada à profissionalização e inclusão
social dos especiais e do Centro Municipal de Apoio às Pessoas com Necessidades
Especiais – CEMAPNE, voltado especificamente para o atendimento de alunos
deficientes numa perspectiva de inclusão escolar.
Segundo informações dos
técnicos da Secretaria de Educação, atualmente o órgão está elaborando um projeto
denominado “Letramento e Vida”, objetivando dotar 18 unidades escolares da rede
municipal com salas de recursos multifuncionais para os estudantes especiais.
Até que esse projeto seja implementado, o atendimento dessa clientela manterá a
atual configuração, que se desenvolve com o apoio dos órgãos públicos
municipais, que são a Casa dos Especiais, o CEMAPNE e o Centro de Atenção
Psicossocial – CAPS, bem assim, por meio das parcerias com a ADAI e a APAE.
Em síntese, constata-se que
as políticas públicas voltadas à educação especial e inclusiva em Imperatriz
ainda estão em fase de consolidação. A elaboração do Plano Decenal de Educação
do Município, em 2002, representou um marco histórico no contexto educacional
de nossa cidade e para a educação especial e inclusiva em particular. A grande
novidade é que essa lei não trouxe apenas diretrizes abstratas mas também
previu meios para concretizá-las.
Essa mudança foi
importantíssima, pois, em regra, a falta de recursos tem sido um dos motivos
mais invocados pelos administradores municipais, como justificativa para a
omissão na implementação das políticas de educação especial, problema este que
o apoio técnico e financeiro do Governo Federal, aos Estados e Municípios, previsto
no artigo 1º do recém aprovado Decreto 6571, de 17 de setembro de 2008, se
propõe a atenuar.
A propósito, a mesma norma
acrescentou ao Decreto 6253/2007, o artigo 9º-A, dispositivo que permitirá, a
partir de 2010, que as matriculas dos alunos da educação regular da rede
pública, que recebem atendimento educacional especializado, sejam computadas
para efeito de distribuição dos recursos do Fundo de Desenvolvimento da
Educação Básica – FUNDEB, sem prejuízo do cômputo dessas matrículas na educação
básica regular.
Desse modo, cabe a cada
Cidade, a cada comunidade e a cada cidadão em particular, fiscalizar e exigir
dos governantes a correta aplicação desses recursos, a fim de que os estudantes
com necessidades educacionais especiais tenham igualdade de oportunidades e a
tão sonhada inclusão saia do discurso e se torne uma realidade em nosso País.